sábado, 23 de agosto de 2014

A Lenda de Kuchisake onna「口酒女」


Hoje iremos introduzir uma nova categoria em nosso blog, curiosidades, mitos, lendas e costumes japoneses.

E hoje iremos abordar uma lenda que particularmente me deixou com pouco de medo, a lenda ou mito de Kuchisake Onna (A Mulher da Boca Cortada)「口酒女」。

Espero que se divirtam e fiquem come medo. "muahahahaha"... xD

Kuchisake-onna ou Kuchisake Onna, “Mulher de boca cortada”, é a personagem de uma assustadora lenda urbana japonesa sobre uma mulher desfigurada que vaga pelas ruas do Japão atrás de crianças.
 Diz-se que sua imagem mais comum é de uma mulher muito bonita, alta e com longos cabelos negros. Geralmente aparece trajada com um longo casaco e portando uma enorme tesoura. Todas as versões a descrevem usando uma máscara cirúrgica que lhe cobre a parte inferior do rosto, semelhante às máscaras que os japoneses normalmente usam para proteger-se de doenças.
Kuchisake-onna (Imagem reprodução da Arte gráfica de Limoli).

Contam que a máscara esconde o enorme corte na boca que se estende de orelha a orelha. Algumas versões afirmam que ela possuiu muitos dentes afiados, que são exibidos quando abre o horripilante sorriso.
Quando Kuchisake-onna acha sua vítima, ela pergunta: “Watashi kirei?” (Você me acha bonita?), se a vitima responder sim, ela retira a máscara e pergunta: “Mesmo assim?”.
Na língua japonesa, “kirei” quer dizer bonita e “kire” é o imperativo do verbo cortar, ambas as palavras produzem sons parecidos.

Dizem que antes de a vítima responder a pergunta, Kuchisake-onna arranca a máscara para revelar sua enorme boca cortada, que ao abrir revela seus dentes afiados e uma grande língua vermelha contorcendo dentro da assustadora boca.

“E agora, você ainda me acha bonita?”, pergunta a terrível mulher. Se a vítima der “não” como
Kuchisake-onna ( Arte gráfica de JT)
resposta, terá a garganta degolada, e se disser “sim” terá o mesmo fim.
Algumas versões contam que ela mata suas vítimas cortando não só garganta, mas também a boca, de orelha a orelha, ou separa a cabeça do corpo.

Acredita-se que a única maneira de ter alguma chance de sobreviver é dar uma resposta não comprometedora como, por exemplo: “Você é mais ou menos bonita”, o que deixará a Kuchisake-onna confusa, tempo suficiente para a vítima tentar fugir.
Existem diversas versões de como Kuchisake-onna teve a boca cortada. Alguns dizem que foi o resultado de uma cirurgia plástica mal sucedida. Outros contam que ela foi vítima de um terrível acidente de carro. Existe também a versão de que ela é o espírito de uma doente mental que fugiu de um hospício e, de tão demente, cortou a própria boca.

De acordo com uma lenda, anos atrás, no Japão, vivia uma mulher muito bonita e extremamente vaidosa. Seu marido era um homem muito ciumento e violento. Certo dia, ele ficou convencido de ela o estava traindo e, num acesso de raiva, pegou uma faca e cortou a boca da esposa de orelha a orelha. Depois ele gritou: “Quem agora irá achar que você é bonita”. A partir de então, a mulher se tornou um espírito vingativo e passou a vagar pelas ruas em busca de pessoas que fossem bonitas, de preferência crianças, para fazer com elas o mesmo que o marido lhe fez.
Contam que a lenda de Kuchisake-onna surgiu no verão de 1979, quando boatos começaram a se espalhar por todo o Japão sobre relatos de uma mulher com a boca cortada perseguindo crianças. A história se espalhou como vento, chegando a deixar diversas cidades do País em estado de alerta. Na época, a polícia aumentou as patrulhas em escolas e pediu aos professores para acompanhar os alunos até suas casas. As crianças passaram a andar somente em grandes grupos, uma ação que perdurou por um longo período.

Em 2004, a Coreia do Sul foi assolada por denúncias sobre uma mulher usando máscara e vestida de vermelho, perseguindo crianças.
Em 2007, um médico legista encontrou alguns registros sobre uma mulher mascarada que perseguia crianças da década de 1970. Entretanto, ele morreu atingido por um carro logo depois do registro ser divulgado. O curioso é que o encontraram com a boca rasgada de orelha a orelha.
  
Filme ‘Kuchisake-onna’ do diretor Koji Shiraishi (Fotos: Divulgação / Reprodução e edição do Mundo-Nipo)
Essa lenda urbana ganhou popularidade internacional no mesmo ano em que os registros do legista foram divulgados, mas o maior motivo foi devido ao lançamento do filme ‘Kuchisake-onna’, dirigido por Koji Shiraishi. O elenco contou com Eriko Sato e Haruhiko Kato. Na Coreia do Sul, segundo a Base de Dados de Filmes na Internet (IMDb, Internet Movie Database), a restrição de idade foi de 18 anos, enquanto no Japão a faixa etária era 12.

Kuchisake-onna também aparece em diversos mangás, animes e Live Action . O anime em que apareceu com mais destaque foi ‘Gakkou no Kaidan’ (Histórias de Fantasmas).
  
Mangá Kuchisake-onna Densetsu (Imagem: Reprodução)
Gakkou no Kaidan, um anime de 20 episódios, foi criado em 2000 pelo estúdio Aniplex e o Estúdio Pierrot, para a Fuji Television, baseado em uma série de livros de Toru Tsunemitsu. Apesar de a série ter gerado polêmica devido ao conteúdo considerado de extrema violência, entre outros fatores, foi exibida pelo Cartoon Network para toda América Latina, em outubro de 2005.

Fontes principais de pesquisa:
• Livro: Urban Legends and the Japanese Tale | Autor: David Schaefer

• Livro: Yurei Attack!: The Japanese Ghost Survival Guide | Autor: Hiroko Yoda
Matéria original: Kuchisake Onna

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Hackintosh



Hackintosh
Pensando realmente diferente

“Já deve lhe ter passado pela mente a ideia de instalar o sistema operacional da Apple, OS X, em um PC comum, não”?
“Pois é, algumas pessoas foram além de pensar e fizeram realmente o feito de instalar esse sistema tão privado em PC’s comuns. Em 1988 o Unitron Mac 512 foi o primeiro PC a rodar o sistema da Apple, e esse grande feito foi realizado por uma empresa brasileira, a Unitron Eletrônica. Na época a Apple se queixou por violação de direitos autorais.
Mas nesse ponto é onde faço minha perguntar, é ilegal instalar OS X em um PC comum?
Respondo, sim, a Apple emite para todas as suas vendas um contrato alegando que é ilegal fazer o processo de instalação em equipamentos não Apple.
Porém, vamos ser direto e reto, a Apple vende seus produtos com sistemas operacionais exclusivos tais como o iOS (mobile, iPhone, iPod, iPad, etc...) e o próprio OS X (X de dez em romano), também vende o DVD de instalação do Snow Leopard e já não sei se vende mais o USB Thumb quer na época do lançamento do OS X Lion foi vendido em forma de USB e não DVD, enfim se você paga à empresa certa quantia pelo produto isso quer dizer que é seu, certo?
Certo, então por que motivo você não iria usar o produto da maneira que bem entende?
Não posso responder, pois isso vai de cada um com seu código de conduta/moral.”.

Hackintosh: é junção dos termos Hack + Macintosh, resultando em hackintosh, equipamento não Apple rodando/utilizando o sistema da Maçã, OS X (10.5, 10.6, 10.7, 10.8, 10.9 e 10.10).
Netbook DELL rodando o Snow Leopard, versão 10.6.

A maneira de instalar o sistema da Apple em PC/Notebook/Netbook foi dada inicio após a transição da empresa em utilizar processadores Intel em seus Macs e Macbooks da época isso em 2005, após abandonar a linha de processadores PowerPC que era presente na maioria dos equipamentos vendidos naquela mesma época.
Com isso algum entusiasta se deu conta de que seria possível efetuar a instalação em um equipamento que não era fabricado pela gigante Californiana, foi ai então que se deu inicio ao hackintosh.
Hoje em dia há muitos usuários até mesmo de Macs originais brincando de instalar o sistema que tanto amam em equipamento de terceiros (montados):

Experiência própria
No ano de 2009, havia acabado de sair a versão 10.6, o Snow Leopard. Até então eu era somente mais apaixonado por tecnologia da época, gostava de ler artigos e ver vídeos de pessoas que descobriam coisas novas.
Em 2010 meus pais me deram meu primeiro computador Intel, um IntelBras com um Celeron (não me lembro bem do modelo), mas era bem lento. Comecei a montá-lo da maneira que ia conseguindo, até que cheguei a um ponto onde aquele PC lento e sem graça já não era tão sem graça com um Pentium Dual Core E5300, 4 GB RAM 667 MHz, Nvidia GeForce 9500 GT 1 GB GDRR2, foi quando pensei “Opa, posso tentar agora!”.
Deixo bem claro que hoje em dia é muito mais fácil você conseguir esse feito com a quantidade de artigos e tutoriais ensinando como instalar o OS X desde a versão 10.6 até a mais recente 10.10.
Quando fui tentar a primeira vez... Fiquei mais de uma semana tentando e tentando, e nem ao menos consegui chegar a tela de instalação, na época estava tentando instalar uma distro chamado iATKOS com a versão modificada do Snow Leopard 10.6.3, me perguntem se obtive sucesso. Não. Essa coisa de tentar e não conseguir é complicado, você se sente tão desanimado em vista da empolgação que estava no inicio da batalha.
Passando mais ou menos 5 meses após aquela semana de tentativas e falhas li em um fórum que poderia se conseguir a instalação com o método que chamados de “Retail”, retail nada mais é do que a instalação a partir de uma mídia original Apple, ou seja, se na época vendia-se o Snow Leopard em DVD você poderia adquiri-lo e tentar instalar em um PC, pois bem foi exatamente o que fiz comprei o Snow e instalei no meu PC parrudo (da época) e “tadaaaa”... Que nada, há mais coisas para se fazer do que somente comprar a mídia e tentar boota-la.
Com o método retail precisava se utilizar um CDboot, isso porque os PC’s normais funcionam com BIOS (software das placas mães) e os Macs funcionam com a chamada EFI (software ou firmware dos Macs), o CDboot emula essa EFI no seu PC para que possa dar boot no DVD do Snow Leopard e prosseguir com a instalação:

Há vários tipos de cdboot por aí, Empire EFI, iboot, CD HMBT boot, Nawcon, etc...
Usei o iboot legacy para efetuar a instalação do Snow Leopard e obtive sucesso.
Hoje em dia porto um PC do ano de 2013, Asus P8H61-M LE/BR, Core i5 3550 3.30 GHz, Kingston 16 GB RAM 1333 MHz, AMD Radeon R9 270, 2,5 TB, versão do OS X 10.9.4 com gerenciamento nativo de energia a partir de um patch chamado ACPIPMPatch, não irei entrar em partes técnicas, pois irei postar tudo que sei e venho aprendendo de acordo com o decorrer dos dias aqui no ANS.
Então dê uma olhada por aí, google, yahoo, ask, pesquise e irá encontrar muito coisa a respeito de como instalar esse sistema,
Logo logo irei dar uma lista de placas mães, processadores, placas de vídeo, notebooks e netbooks compatíveis com OS X.


Um grande abraço, até mais.

História do Mac OS X



OS X (pronuncia-se OS Ten) é um sistema operativo proprietário baseado no kernel Unix titulado XNU, desenvolvido, fabricado e vendido pela empresa americana Apple Inc., destinado exclusivamente aos computadores Mac e que combina a experiência adquirida com a tradicional GUI desenvolvida para as versões anteriores do Mac OS com um estável e comprovado núcleo. A última versão do OS X possui certificação UNIX.
Assim, o OS X, lançado inicialmente pela Apple Computer em 2001, é uma combinação do Darwin (um núcleo derivado do micronúcleo Mach) com uma renovada GUI chamada Aqua. As primeiras versões do Mach (não micronúcleo) foram derivadas do BSD.

História do Mac OS X
O OS X apresenta uma grande mudança em relação aos sistemas operacionais anteriores do Macintosh e o código que é a base do sistema é completamente diferente do de versões anteriores. Apesar de a maioria das alterações estarem nos "bastidores" do sistema operacional, a interface gráfica de usuário Aqua é o novo recurso mais visível. O uso de bordas arredondadas, cores translúcidas e outros adereços trouxeram mais cores e texturas às janelas e controles do Desktop do que a interface Platinum do OS 9. Inicialmente isso gerou bastante controvérsia entre os usuários, com uns alegando que a interface tinha ficado "como um brinquedo" e com falta de profissionalismo; outros alegando que era "outra grande inovação da Apple". O visual é instantaneamente reconhecível e antes mesmo do lançamento da primeira versão do OS X, outros desenvolvedores começaram a produzir skins para aplicativos personalizáveis como o Winamp para ficarem mais parecidos com o visual Aqua. A Apple ameaçou processar pessoas que fazem ou distribuem programas que oferecem uma interface que eles dizem ser derivada de seu design patenteado.

O núcleo do OS X é um sistema operacional certificado Unix, construído em torno de um núcleo XNU com recursos básicos Unix acessíveis por meio de uma interface de linha de comando. Pouco antes do lançamento do Mac OS X a Apple lançou esse núcleo como Darwin. Baseando-se nesse núcleo, a Apple projetou e desenvolveu um número de componentes de código fechado (closed source) de licença proprietária, incluindo a interface Aqua e o Finder (o sistema de gerenciamento de arquivos). A combinação da interface amigável e o poder do núcleo open source Darwin/BSD tornaram o Mac OS X o ambiente Unix mais bem vendido até hoje em número de computadores vendidos.

Versões

Mac OS X v10.0 "Cheetah"

Mac OS X v10.0, codinome "Cheetah", foi a primeira versão do sistema operacional Mac OS X, para desktop e servidor da Apple Inc.. Mac OS X v10.0 foi lançado no dia 24 de março de 2001 por um preço de US$129,95. Substituiu o Mac OS X Público Beta e veio antes do Mac OS X v10.1.
Mac OS X v10.0 foi uma mudança radical do Sistema Operacional anterior, considerado "clássico", da Macintosh e foi a resposta da Apple Inc. à tão esperada próxima geração de sistemas operacionais da Macintosh. Apresentou um novo conceito de código criado completamente diferente do modelo do Mac OS 9, como também todos os sistemas operacionais anteriores da Apple. Mac OS X introduziu o novo núcleo Darwin Unix-like e um sistema totalmente novo de administração de memória. Provou ser um começo duradouro para o Mac OS X.

Mac OS X v10.1 "Puma"

Mac OS X v10.1, codinome "Puma", foi a segunda versão do sistema operacional Mac OS X, para desktop e servidor da Apple Inc.. Substituiu o Mac OS X v10.0 e antecedeu ao Mac OS X v10.2. A versão 10.1 foi lançada em 25 de setembro de 2001 como uma macro atualização gratuita da versão 10.0. A partir da versão 10.1.2, a Apple Inc. fez do Mac OS X o sistema operacional padrão dos novos Macs.
O sistema operacional foi distribuído sem custos por empregados da Apple depois do pronunciamento de Steve Jobs em uma conferência em São Francisco. Logo após, foi distribuído para os usuários do Macintosh em 25 de outubro de 2001 nas lojas da Apple Inc. e outros distribuidores de produtos da marca. O sistema operacional foi melhor recebido do que Mac OS X versão 10.0, embora os críticos reclamassem do excesso de defeitos e da falta de alguns recursos no novo sistema operacional.

Mac OS X v10.2 "Jaguar"

Mac OS X v10.2 "Jaguar" foi a terceira versão do Sistema Operacional para desktop e servidores da série Mac OS X. Substituiu o Mac OS X v10.1 com o codinome Puma e antecedeu o Mac OS X v10.3 "Panther". O sistema operacional foi lançado no dia 23 de agosto 2002 pelo preço de US$ 129, ou a um preço de US$ 199 dólares para o "family pack"4 que permitia cinco instalações em computadores separados em uma residência. O sistema operacional foi bem aceito pelos usuários do Macintosh pelo grande avanço na estabilidade e velocidade; porém, muitos críticos ainda reivindicaram melhoria na velocidade da interface, pois diziam que ainda possuíam muitos problemas pendentes.
Jaguar foi o primeiro sistema operacional Mac OS X onde o codinome foi usado em anúncios publicitários. Hoje os produtos do Mac OS X continuam a tradição de usar o codinome em seus produtos dos sistemas operacionais da Apple.

Mac OS X v10.3 "Panther"

O Mac OS X v10.3 "Panther" foi o quarto lançamento do Mac OS X. Ele substituiu o Mac OS X v10.2 "Jaguar" e teve como sucessor o Mac OS X v10.4 "Tiger". O "Panther" foi lançado em 24 de outubro de 2003. O seu custo era de US$ 129 para uma única licença de usuário e US$ 199 para um pack familiar (licença para 5 computadores).

Mac OS X v10.4 "Tiger"

Mac OS X v10.4 "Tiger" foi o quinto lançamento do Mac OS X. O "Tiger" foi liberado ao público em 29 de abril de 2005 como o sucessor do Mac OS X v10.3 "Panther", que foi lançado 18 meses antes, logo substituído pelo Mac OS X v10.5 "Leopard", em 26 de Outubro de 2007, após 30 meses, tornando-se o Mac OS X de mais longa versão. Alguns dos novos recursos incluem um rápido sistema de busca chamado Spotlight, uma nova versão do navegador Safari, Dashboard, um novo tema unificado, e suporte aperfeiçoado para uso em processadores 64 bits.
O "Tiger" foi também a primeira versão do sistema operacional Mac OS X liberada para trabalhar com máquinas Apple com arquitetura Intel (máquinas Apple usando processadores x86.). Seis semanas após o seu lançamento oficial, a Apple tinha entregue 2 milhões de cópias do Tiger, o que representa 16% de todos os usuários do Mac OS X. A Apple alega que o Tiger foi o mais bem sucedido Mac OS X da história da empresa. Na Conferência WWDC em 11 de junho de 2007, o CEO da Apple, Steve Jobs, anunciou que, dos 22 milhões de usuários do Mac OS X, mais do que 67% estavam usando Tiger.

Mac OS X v10.5 "Leopard"

O Mac OS X v10.5 "Leopard" é o sexto lançamento da família Mac OS X, sendo o sucessor do Mac OS X v10.4 "Tiger". Leopard foi lançado em 26 de Outubro de 2007 e esteve disponível em duas variantes: uma versão desktop, adequada para computadores pessoais, e uma versão para servidor, a versão Mac OS X Server. O "Leopard" foi substituído pelo Mac OS X v10.6 "Snow Leopard", lançado em agosto de 2009.
De acordo com a Apple, O "Leopard" contem mais de 300 alterações e melhorias, abrangendo desde o núcleo do sistema operacional até componentes incluídos em aplicações e ferramentas para desenvolvedores. O "Leopard" introduz um redesenhado Dock, o Menu Bar com efeito de transparência e uma atualização do Finder que incorpora o Cover Flow (uma navegação com interface visual vista pela primeira vez no iTunes). Outras características notáveis incluem suporte para escrita de 64-bit, um backup automático com um utilitário chamado Time Machine, suporte a Spotlight para buscas em várias máquinas e a inclusão do Front Row e o Photo Booth, que anteriormente estavam incluídos apenas com alguns modelos Mac.

Mac OS X v10.6 "Snow Leopard"

Em 2009, Apple e Microsoft mudaram a estratégia, lançando novas versões de seus sistemas operacionais. Enquanto o Windows 7 foi lançado em outubro, o Mac OS X Snow Leopard 10.6 chegou ao mercado americano na última semana de agosto. O Snow Leopard ficou mais rápido ao iniciar o computador e abrir programas, principalmente os da Apple, além de 50% menor, liberando 7G de espaço em HD (disco rígido).
Como desvantagem está à exigência do processador Intel, o que significa que não roda nos antigos Macs. Mas por outro lado, custa apenas US$ 30 para quem já possui o Leopard 10.5, o anterior.
Entre outras novidades estão o ajuste automático do relógio em viagens, a data na barra de menu, a sinalização da intensidade da rede wireless, possibilidade de ícones maiores, visualização de itens de uma pasta, plugins de páginas web, como flash, não congelam mais o navegador, os vídeos são exibidos em tela inteira e podem ser enviados direto para o youtube.

Mac OS X v10.7 "Lion"

O Mac OS X v10.7 "Lion" é o oitavo lançamento da família Mac OS X, sendo o sucessor do Mac OS X v10.6 "Snow Leopard". Lion foi anunciado em 20 de Outubro de 2010 na conferência "Back To The Mac" e foi lançado em 20 de Julho de 2011, estando disponível para download através da Mac App Store. Apple: "Pegamos nossas melhores ideias do Mac OS X e aplicamos no iPhone. Pegamos nossas melhores ideias do iPhone e aplicamos no iPad. Agora chegou a hora de aplicar tudo isso no Mac."
Novidades:
 App Store agora vai servir também para Mac com aplicativos especiais
Launchpad: "Com o Launchpad você acessa seus apps em um instante, assim como no iPad. Só precisa clicar no ícone do Launchpad no seu Dock. A janela aberta é substituída por uma elegante tela que mostra todos os apps disponíveis no seu Mac. Percorra todas as páginas de seus apps ou organize-os como você quiser, basta arrastar o ícone para o lugar desejado; também pode agrupá-los em pastas. Quando você baixa um app da App Store, ele é mostrado automaticamente no Launchpad, pronto para ser instalado."
Apps em tela cheia: "O iPad mostra todos os seus apps em tela cheia para você não se distrair, e oferece uma forma rápida de voltar à tela dos apps. O Mac OS X Lion faz a mesma coisa na sua área de trabalho. Você pode abrir um app em tela cheia com só um clique; mudar para outro app também em tela cheia deslizando apenas um dedo no trackpad, e retornar à área de trabalho para acessar seus apps. O suporte à visualização de apps em tela cheia cria uma experiência muito mais envolvente. Assim você pode se concentrar ainda mais no seu trabalho ou aproveitar seus jogos de uma maneira mais intensa."
Mission Control: "O novo Mission Control é um poderoso e prático recurso que proporciona uma visualização abrangente de tudo o que estiver em execução no seu Mac‚ incluindo o Exposé, Spaces, Dashboard e apps em tela cheia. Com um simples movimento, o Mission Control é mostrado na tela. Assim você pode ver todas as janelas abertas agrupadas por app, ícones dos apps funcionando em tela cheia, o Dashboard e outras janelas do Spaces. Tudo organizado em um lugar só. Com um clique, você acessa o que quiser do Mission Control. É o Mac OS X Lion colocando você no controle do sistema.".

OS X v10.8 "Mountain Lion"

O OS X v10.8 "Mountain Lion" é o nono sistema operacional da família OS X, sendo uma atualização e sucessor do Mac OS X v10.7 "Lion". O Mountain Lion foi anunciado em Fevereiro de 2012 e lançado em 25 de Julho de 2012, disponível para download na Mac App Store. As suas maiores atualizações foram a introdução do iCloud, Messages, Reminders, Notes, Notification Center, Game Center, dentre outros. O Mountain Lion trouxe algumas características do sistema operacional móvel da Apple, o iOS. É também a primeira versão a ser chamada oficialmente de "OS X", e não de "Mac OS X". A partir desta versão, a empresa Apple inc. anuncia um cronograma de lançamentos de sistema anual, assim como ocorre com o sistema móvel iOS.

OS X v10.9 "Mavericks"

O OS X v10.9 "Mavericks" é o décimo sistema operacional da família OS X, sendo o sucessor do OS X v10.8 "Mountain Lion". O OS X Mavericks é a primeira versão que não leva o nome de algum felino, optaram por homenagear uma região para amantes do surf no norte da Califórnia. Foi anunciado em Junho de 2013 e lançado em 22 de outubro de 2013. Suas principais atualizações são o iBooks e Mapas, antes apenas disponíveis para o iOS, tendo também novas opções no Finder, Central de Notificações, Calendário, iCloud e Safari, e um suporte melhorado para múltiplos monitores5 .

OS X v10.10 "Yosemite"


O OSX v10.10 "Yosemite" é o décimo primeiro sistema operacional da família OS X, sendo o sucessor do OSX v10.9 "Mavericks". Anunciado em junho de 2014, pela primeira vez desde "aqua", traz mudanças significativas na interface gráfica, adotando transparências e design flat inseridos no iOS 7.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

O Mangá no Brasil


A popularidade do estilo japonês de desenhar é marcante, também pela grande quantidade de japoneses e descendentes residentes no país. Já na década de 1960, alguns autores descendentes de japoneses, como Minami Keizi e Claudio Seto, começaram a utilizar influências gráficas, narrativas ou temáticas de mangá em seus trabalhos na editora EDREL (Editora de Revistas e Livros) fundada por Keizi.
A primeira publicação brasileira a citar os mangás japoneses foi um livro da EDREL: "A técnica universal das histórias em quadrinhos" de Fernando Ikoma, autor que só teve contatos com os quadrinhos japoneses quando foi trabalhar na editora, na época Seto e Keizi foram aconselhados a mudar o traço mangá para estilos ocidentais.
A EDREL teve muitos problemas com a censura do Regime Militar por conta dos quadrinhos eróticos publicados pela Editora, nessa época Seto cria a Maria Erótica.
Em Meados da década de 1970, foram publicadas as primeiras histórias em quadrinhos baseadas em uma produção japonesa, era Speed Racer (Mach Go Go no original), cuja série de anime foi exibida no programa do Capitão Aza , foram publicadas pela Editora Abril, as histórias eram oriundas da revista Meteoro da Editorial Abril da Argentina, editora fundada por Cesar Civita, irmão de Victor Civita, criador da Editora Abril brasileira, a revista brasileira também publicaria histórias produzidas por artistas locais. O mangá original do piloto, só seria publicado país na década de 2000.
Em 1978, Claudio Seto convenceu Faruk El Kathib, dono da Grafipar, editora de livros vendidos de porta em porta de Curítiba, Seto se mudará para Curítiba três anos antes, onde trabalhou como ilustrador em um jornal, na Grafipar, Seto trouxe de volta a Maria Erótica.
Nos anos 80, os tokusatsus (as séries de super-herói em live-action) fizeram bastante sucesso no Brasil, em 1982, a Grafipar (pelo selo Bico de Pena) lançou duas revistas em formatinho no estilo mangá, Super-Pinóquio de Claudio Seto (nitidamente baseado em Astro Boy e em Pinóquio de Carlo Collodi) e Robô Gigante (que continua duas histórias: uma sobre um robô gigante por Watson Portela e Ultraboy, uma espécie de Ultraman brasileiro de Franco de Rosa, ambas as revistas tiveram apenas uma edição).
Pela Nova Sampa, o casal Ataide Braz e Neide Harue lançam a série "Dracula A Sombra da Noite", a série era influenciada pelo livro Drácula de Bram Stoker.
A Bloch Editores publicou versão não oficial de Spectreman, desenhada por Eduardo Vetillo, a revista era produzida no estilo dos comics de super-heróis. (Spectreman também possuía um mangá no Japão, produzido por Daiji Kazumine).
No final da década de 1980 e início da década de 1990 foram lançadas revistas em quadrinhos licenciadas das séries Jaspion, Maskman, Changeman, Spielvan, inicialmente pela EBAL e depois pela Bloch (que lançou uma fotonovela de Jaspion) e editora Abril que na revista Heróis da TV (que também publicou Black Kamen Rider e Cybercop), única das séries que não pertencia a Toei Company) , todas produzidas por artistas brasileiros do Studio Velpa.
Tal qual a revista do Spectreman, essas também seguiam o padrão dos comics , entretanto, vários dos artistas que participaram dessas publicações publicaram HQs no estilo mangá[27] [28] . Ainda nos 80, foram licenciados os primeiros mangás japoneses originais, esses títulos foram publicados em vários formatos diferentes e com as páginas espelhadas (da esquerda para direita) .
Alguns clássicos foram publicados nos anos 80 e começo dos anos 90 sem tanto destaque, como Lobo Solitário em 1988 pela Editora Cedibra, primeiro mangá lançado no Brasil, Akira pela Editora Globo, Crying Freeman, pela Nova Sampa, A Lenda de Kamui (Sanpei Shirato) e Mai - Garota Sensitiva pela Editora Abril, Cobra pela Dealer.
É criada em 3 de fevereiro de 1984 a Associação Brasileira de Desenhistas de Mangá e Ilustrações, no mesmo ano Osamu Tezuka visita o Brasil e é apresentado a uma exposição com artes de vários artistas brasileiros, algum tempo depois Tezuka conhece o brasileiro Mauricio de Sousa com que estabelece uma amizade, ambos planejam um crossover entre seus personagens em longa-metragem de animação, o projeto foi engavetado após a morte de Tezuka em 1989.
O grande "boom" de animes e mangás no Brasil veio em 1994, com o sucesso de Os Cavaleiros do Zodíaco de Masami Kurumada exibido pela Rede Manchete, várias revistas informativas como a Revista Herói (publicada em conjunto pela Acme e a Nova Sampa), surgem também as primeiras revista exclusivas sobre animes e mangás como a Japan Fury e Animax.
Um grande número de fanzines e revistas em quadrinhos baseados em animes e mangás surgem, a Magnum (editora que publicava a revista Animax) publica a revista Hypercomix (revista com paródias de franquias japonesas, nos moldes da revista MAD) e Megaman (adaptação do jogo eletrônico homônimo), ambas produzidas por artistas brasileiros (com exceção de Daniel HDR que trabalhava para a Marvel Comics, vários artistas fizeram estréia profissional nessas revistas, como a desenhista Érica Awano) .
A Editora Escala também publica uma revista baseada numa franquia de video games, Street Fighter (pertencente à Capcom, mesma proprietária de Megaman), a revista trazia artistas que participaram da revista "O Fantástico Jáspion" e Heróis da TV da Editora Abril (Marcelo Cassaro, Alexandre Nagado, Arthur Garcia, entre outros) e apresentava um estilo híbrido entre os quadrinhos americanos e os mangás.
Ainda em 1994, Marcelo Cassaro sai da Editora Escala e vai trabalhar na Editora Trama, lá cria a revista Dragão Brasil e o sistema de RPG, Defensores de Tóquio, o jogo satiriza franquias japonesas de mangás, animes e tokusatus. Pela Trama vária de seus projetos apresentados na revista viraram histórias em quadrinhos, como Holy Avenger.
Em 1998, a editora Animangá lança Ranma ½, primeiro título adolescente (shonen) publicado no Brasil, as edições seguiam o padrão usado pela editora Viz (formato americano, lombada com grampos, leitura ocidental) e tinha uma periodicidade irregular, a tradução ficou a cargo de Cristiane Akune da Abrademi. Nesse mesmo ano, a Editora Trama lança uma minissérie Street Fighter Zero com roteiros de Marcelo Cassaro e arte de Érica Awano.
Em 1999, Marcelo Cassaro lança pela Trama, a revista Holy Avenger, (baseada uma aventura de RPG publicada na revista em 1998) com arte de Érica Awano, tornando o título de "mangá brasileiro" mais longevo até então.
O grande marco da publicação de mangás no Brasil aconteceu por volta de dezembro de 2000, com o lançamento dos títulos Samurai X, Dragon Ball e Cavaleiros do Zodíaco pelas editoras JBC e a Conrad (antiga Editora Acme). O diferencial desses títulos era dessa vez os mangás eram publicados da direita para a esquerda, lombada quadrada, meio-tankohon (metade das páginas de um volume japonês) e em dois formatos: de bolso (usado pela JBC) e formatinho (adotado pela Conrad). Nessa época, a editora Escala lançou antologias inspiradas nas revistas japonesas e mesclava material de artistas veteranos como Claudio Seto, Mozart Couto e Watson Portela com o de aspirantes a quadrinistas, além de lançar vários manuais de Como Desenhar no Estilo mangá.
Fábio Yabu lança revistas em quadrinhos de seus Combo Rangers, uma webcomics que satiriza produções japonesas (sobretudo os super sentais) lançada em 1998. Em 2002, Editora Cristal lança a primeira adaptação em estilo mangá, "O Pequeno Ninja Mangá" (originalmente uma revista infantil do início da década de 1990).
Em 2003, Cassaro publicaria pela Mythos Editora, Dungeon Crawlers com arte de Daniel HDR e uma reedição de Holy Avenger[50] . Nesse mesmo ano, Franco de Rosa negocia com a King Features Syndicate, uma versão mangá de O Fantasma, com a recusa da empresa, lança pelo selo Mangájin da editora Minuano,o herói Fantagor, desenhado por Pierre Vargas e que teve apenas uma edição .
No mesmo ano, a Via Lettera publicou o álbum "Mangá Tropical, com trabalhos de Marcelo Cassaro e Erica Awano, Fábio Yabu e Daniel HDR, Alexandre Nagado, Arthur Garcia e Silvio Spotti, Elza Keiko e Eduardo Müller, Rodrigo de Góes, Denise Akemi e prefácio de Sônia Luyten .
Com o aumento dos títulos originais japoneses, sobretudo com o lançamento do selo Planet Manga da italiana Panini Comics em 2002 (com a publicação de Gundam Wing), que licenciou os sucessos Naruto e Bleach, os títulos brasileiros diminuem.
Em 2008, Mauricio de Sousa e a esposa Alice Takeda (que é descendente de japoneses) são escolhidos para criar mascotes para o Centenário da imigração japonesa ao Brasil e anuncia o lançamento de Turma da Mônica Jovem (versão mangá adolescente da Turma da Mônica)[59] faz surgir várias revistas similares, os chamados "Mangás Jovens" são eles Luluzinha Teen (versão adolescente da Turma da Luluzinha) e Didi & Lili - Geração Mangá (baseado na personagem Didi Mocó de Renato Aragão e na filha dele Lívian Aragão, a Lili), em 2009 e 2010 respectivamente.
No fim de 2009, começaram a ser lançados mangás didáticos, com a série O Guia Mangá, da editora Novatec, publicados originalmente pela editora Ohmsha como The Manga Guide.
Em 2010, o Studio Seasons publica uma versão encadernada de Zucker pela Newpop Editora, mangá publicando na revista informátiva Neo Tokyo da Editora Escala.
Mauricio de Sousa anuncia seu estúdio estaria realizando um antigo projeto, uma história em quadrinhos com suas personagens e as de Osamu Tezuka. Em Julho do mesmo ano, a HQM Editora publica os mangás Vitral e O Príncipe do Best Seller do Futago Studio .
Em 2011, o jornalista e ilustrador Alexandre Lancaster lança uma editora própria a Lancaster Editorial, a editora lança o Almanaque Ação Magazine, uma nova tentativa de implantar uma antologia de mangá brasileira, Alexandre, outrora redator do site Anime Pró e da revista Neo Tokyo, já havia lançado o projeto Ação Total no formato webcomics, hospedado no site Anime Pró, porém o projeto foi cancelado.
Julho do mesmo ano, o roteirista JM Trevisan (que ao lado de Marcelo Cassaro e Rogério Saladino forma o Trio Tormenta) e o desenhista Lobo Borges, lança a webcomic "Ledd", uma nova HQ ambientada no universo ficcional de Tormenta (o mesmo de Holy Avenger e Dungeon Crawlers), o objetivo da dupla é lançar os episódios encadernados pela Jambô Editora (semelhante ao que acontece com Combo Rangers). Na internet se destaca o coletivo de Mangás Conexão Nanquim (Resultado da fusão entre a Revista Digital Nanquim e o Almanaque Conexão HQ), que reúne hístórias de autores nacionais de webcomics, entre eles Yuri Landin e Max Andrade autor que lançou o primeiro mangá nacional totalmente financiado pelos fãs.
Inicialmente criada uma editora de livros de RPG, a Jambô fez sua estreia no mercado de quadrinhos em 2011 publicando a versão encadernada de DBride, também ambientanda em Tormenta e publicada originalmente na revista Dragon Slayer da Editora Escala.
Fonte: Wikipédia

O Samurai de Curitiba


Durante as décadas da ditadura, o país vivenciou em paralelo um cenário prolífero no meio dos quadrinhos. Buscando influencias distantes dos infantilizados (para os padrões da época) quadrinhos de super-heróis, quadrinistas brasileiros exploravam gêneros como pulp, sci-fi, western e até mesmo erotismo. Como colunista do Japanóia, gosto de lembrar a relação do público brasileiro com os mangá. E que embora hoje vivenciamos um mercado ativo, com novos títulos, editoras e público interessado, nós esquecemos que o passado dos mangás no Brasil é mais antigo que muitos imaginam. Muitos fãs desconhecem o nome de Cláudio Seto, um homem cuja obra serviu de ponto de partida para os mangás no Brasil.
Nascido em Jundiaí, interior de São Paulo. Chuji Seto Takeguma passou boa parte de sua infância no Japão, onde conheceu pessoalmente Osamu Tezuka e seu estúdio.  A presença do famoso quadrinista de mangás seria uma influência crucial nos primeiros trabalhos de Seto, como “Ninja – O Samurai Mágico” e posteriormente “Super Pinóquio“. Outra influência de Cláudio Seto foi o quadrinista Sanpei Shirato. Considerado um dos pais do gekiga e famoso pelo seu mangá “A Lenda de Kamui“, um drama histórico que aborda o Japão Feudal através de uma ótica marxista. Outra influência menos citada de Cláudio Seto é Hideko Mizuno, a autora de “Honey Honey”, considerado um dos primeiros mangás de sucesso voltados para o público feminino.
Chuji Seto passou boa parte de sua infância no Japão e teve uma criação budista. Ao retornar para o Brasil, Chuji Seto enfrentou dificuldades para retirar seu diploma primário em um colégio católico. Por seu nome japonês e sua ligação com o budismo, a administração do colégio o considerava pagão, exigindo que Chuji fosse catequizado para retirar o seu diploma. O nome “Cláudio” veio de seu irmão, que ainda residia no Japão. Cláudio Seto costuma ironizar o episódio em entrevistas, falando que a atitude do colégio lembrava os jesuítas com os índios no Brasil colonial e que ele era o “falso Cláudio Seto”.
Cláudio Seto se tornou o nome artístico do quadrinista, sendo lembrado até hoje por esse pseudônimo. Seto oficialmente entrou no cenário dos quadrinhos em 1964 com a Editora Edrel, graças ao convite de Minami Keizi, um dos membros fundadores da editora. Minami Keizi também cresceu no interior paulistano e teve contato com os mangás graças as publicações da colônia japonesa. Uma de suas ambições era introduzir no mercado mangás produzidos por brasileiros e para isso contou com Cláudio Seto, com quem compartilhava influências em comum.
Uma dos primeiros trabalhos de Cláudio Seto foi “Samurai“. Um quadrinho adulto fortemente inspirando nos gekiga que Seto conheceu na infância. Eram histórias ambientadas no Japão Feudal recheadas de violência, fatalismo, erotismo e até situações homossexuais. Parte dessas histórias foram relançadas anos depois pela Devir na coletânea “Flores Manchadas de Sangue“. Um erro comum é achar que Cláudio Seto buscou inspiração em “Lobo Solitário“, o famoso mangá da dupla Kazuo Koike e Goseki Kojima. O trabalho de Cláudio Seto começou quase três anos antes da publicação do mangá japonês. Sendo assim, nunca existiu uma relação direta entre ambos os trabalhos.
Apesar de ser um dos pioneiros do mangá nacional, Seto costuma ser lembrado pela sua arte na HQ “Maria Erótica“. A revista surgiu por um conselho de Minami Kenzi, que sugeriu a Seto que experimentasse outros traços além do mangá. E assim, no ano de 1972, a revista foi criada. A protagonista da comédia erótica de Seto era uma jornalista paulistana cheia de tesão e curiosidade e suas histórias continham uma mistura saudável de erotismo e humor. O quadrinista não media esforços para intercalar seu traço com influências reais, como o shibari, arte japonesa dedicada ao bondage. Diferente de tudo o que se via na época,  as histórias da personagem libertina chamaram a atenção dos censores da ditadura militar. O prédio da Edrel chegou a ser invadido pelos militares, que apreenderam diversos originais da revista. A personagem ressurgiria no cenário brasileiro em 1982, dessa vez pela editora Grafipar, onde duraria mais vinte edições.
O episódio de Maria Erótica mostrou como a classe de quadrinistas estavam em sintonia com as revoluções do Verão de 1967. Enquanto o tabu da pílula anticoncepcional era derrubada e o amor livre virava febre entre jovens e universitários de todo o mundo, os quadrinhos nacionais sofriam uma severa perseguição dos censores da ditadura brasileira. A cruzada moralizadora era apoiada por organizações conservadoras e religiosas, como a Tradição, Família e Prosperidade. Por toda a década de 70, a Editora Grafipar foi um dos grandes focos de resistência cultural contra o higienismo pudico da ditadura, tendo em suas publicações eróticas o maior expoente dessa manifestação.  Este episódio é bem explorado no livro “Maria Erótica e o Clamor do Sexo – Imprensa, Pornografia, Comunismo e Censura na Ditadura Militar“, de Gonçalo Junior.
Após o fim da Grapifar, Cláudio Seto se distanciou um pouco da cena nacional de quadrinhos. Residindo no Paraná desde 1979, Cláudio Seto foi membro da ABRADEMI (Associação Brasileira de Desenhistas de Mangá e Ilustrações) e publicou charges em diversos jornais locais, como “Tribuna do Paraná” e “O Estado do Paraná”. Parte da colônia nipo-brasileira, o quadrinista também se dedicou a realização de eventos relacionados a cultura japonesa. Sobre a história da imigração japonesa, Cláudio publicou uma série de livros, entre eles o “Lendas trazidas pelos imigrantes do Japão“.
Cláudio Seto é lembrando por seu estilo de vida zen e monossilábico. Seus parentes, amigos e colegas de trabalho lembram dele como um chefe exigente e uma pessoa carismática, de sorrisos singelos e enigmáticos. Em 2008, nas comemorações do Centenário da Imigração Japonesa, o autor foi homenageado no prêmio Troféu HQMix. Neste mesmo ano, Cláudio Seto faleceu em decorrência de um AVC.
Seu legado para a cultura brasileira é extensa e diversas de suas obras merecem ser revisitadas por editores e leitores da nova geração. Em Curitiba, o quadrinista é anualmente homenageado pela colônia nipo-brasileira com o “Seto Matsuri“, um festival com shows e workshops. Sua vida e obra foram exploradas em “O Samurai de Curitiba“, um documentário dirigido por Rober Machado e José Padilha. Termino esse texto com a esperança que os novos fãs de mangás conheçam um dos grandes nomes dos quadrinhos nacionais e que vejam na história de vida do quadrinista que iniciativas envolvendo mangá em solo nacional são possíveis, bastando ousadia e espírito empreendedor.
Fonte: Mundo-Nipo